segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

paixão vermelha

     

       Paixão não se explica, simplesmente explode de uma hora pra outra e não tem jeito de segurar. Quando se vê, se está ali, refém daquela sensação de arrebatamento, de euforia, quase que anestesiado... Quem gosta de futebol vive essa mesma sensação, mas não apenas nos seis meses que os especialistas garantem que dura uma paixão, mas pela vida toda. A diferença é que os momentos de euforia tomam conta do apaixonado pelo seu time durante todo o ano. Seja no campeonato regional, seja num jogo contra um baita time, contra o maior rival, seja num momento de crise... Agora, um campeonato como a Libertadores e o Mundial de Clubes levam qualquer torcedor a um estado de êxtase sem igual.
        Os colorados vivem, a partir de hoje, e esta colorada se inclui, aqueles momentos cegos da paixão. Nada pode acalmar um coração neste estado, somente gols, e a espera por eles se compara às horas de espera pelo ser amado, mas a angústia é infinitamente maior. E a passionalidade neste caso, ultrapassa os limites do bom senso, da convivência em grupo. Nem pense em pedir calma a uma pessoa neste estado de nervosismo.  É por isso que aconselho os chefes dos colorados a dispensarem estes seres vermelhos na tarde de hoje ou, simplesmente, terão de compreender seus atos.
        Perdoem suas camisetas vermelhas em plena terça-feira, desculpem sua distração e seus equívocos, compreendam que paixão assim a gente não controla, e se ela nos arrebata depois de quatro anos pela segunda vez, os efeitos são ainda mais arrebatadores e imprevisíveis: de repente, uma nuvem vermelha pode cobrir o Rio Grande e os gritos de gol serão como poesia declamada por todos esses rincões farroupilha.







    

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