domingo, 27 de novembro de 2011

Luzes mágicas na Ipiranga com a Silva Só

Um homem loiro ilumina a esquina da Ipiranga com a Silva Só. Com seus longos cabelos ondulados, uma tez bem branquinha, mistura de anjo com roqueiro, ele lança seus malabares em chamas e leva magia a uma das avenidas mais movimentadas de Porto Alegre. Quando paro ali no sinal fechado, fico fascinada, admirando suas proezas e muito tentada a quebrar uma de minhas regras de sobrevivência em cidade grande:  a de jamais dar dinheiro no semáforo a ninguém. Assim, redundante e convicta.
Porém,  a simpatia que tenho nutrido por ele nos exíguos momentos em que o assisto nas noites de sábado e domingo quando cruzo por ali, vem me deixando inclinada a romper meus princípios. Afinal, em menos de um minuto ele consegue me transportar para um mundo encantado, inspirador,  distante desta vida doida que levamos até mesmo nos fins de semana.
Hoje, vi que traz no braço esquerdo uma tatuagem do Che Guevara e passei a enxergar ali também um sonhador e entendi porque ele mexe com meu lado esquerdo. Da ideologia ao coração, ele venceu:  me arrebatou. Agora, vou esperar o sinal vermelho com muito gosto e oferecer a ele mais do que uns poucos reais, mas meu sorriso e cumprimentos de fã.  

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