domingo, 25 de março de 2012

Um show como nossos pais sonharam

     Eu não vou negar que nunca fui muito fã da Elis. Claro que respeitava seu talento e ouvia algumas músicas. Seguindo essa linha, meu encanto por Maria Rita não  aconteceu logo. Somente de uns anos para cá quando ela gravou músicas com o Rappa e depois “caiu no samba”,  passei a ouvi-la com mais frequência e admirar seu trabalho.
     Portanto, a  emoção que tomou conta de mim durante o show de Maria Rita em homenagem a sua mãe,  causou uma surpresa que, ao longo da noite,  se transformou na certeza de que Elis fazia mais parte de minha vida do que eu mesma lembrava.
   Aquelas canções me fizeram voltar à infância e me causaram uma nostalgia incrível. Músicas como Fascinação e Nossos Pais me levaram às lágrimas. Estar no show com minha mãe, uma fã da Elis, numa etapa de minha vida em que me considero cada vez mais parecida com ela, redobrou a emoção e as recordações.  A mais forte delas, da noite em que  deram a notícia da morte da cantora.  Eu tinha 10 anos, mas lembro ainda de algumas imagens do Jornal Nacional e do semblante triste e inconformado de minha mãe.   
    Naquele tempo, ninguém poderia prever que Maria Rita seria capaz de “substituir” Elis. Hoje, no anfiteatro pôr do sol, Elis estava viva. Não apenas em Maria Rita, que “encarnava “ perfeitamente sua mãe naquele vozeirão e naquele jeitão peculiar de dançar. Elis Regina estava ali no coração dos gaúchos, nas músicas cantadas pelos 60 mil presentes – jovens e adultos de 40, 50, 60 e até 80 anos de idade. O comentário geral era um só: lindo e emocionante. Elis estava ali, em sua terra natal, festejando um dos mais bonitos aniversários de Porto Alegre.                                                      Foto: Ricardo Stricher

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